HUMAYTÁ DE MOSSORÓ
Além dos fundadores principais, outras figuras importantes participaram do início do clube, incluindo Luiz de Albuquerque Pinto, Jorge Pinto, Otoni Soares, Sérgio Ciarline, Cristóvão Noronha, Raimundo Gondim, José Domício do Couto, Odilon Bandeira e Jansen Nogueira. Juntos, eles formaram o núcleo que deu vida ao Humaytá Futebol Clube, também conhecido como "grêmio alvi-celeste", que se tornaria uma referência no futebol local e regional, com um propósito claro de promover o esporte e fortalecer a coesão social em Mossoró.
Desde seu início, o Humaytá mostrou-se um time destemido e pioneiro. Em 1º de outubro de 1920, tornou-se o primeiro clube do Rio Grande do Norte a competir contra uma equipe do estado do Ceará, enfrentando o time de Limoeiro do Norte em uma partida histórica, na qual saiu vitorioso com o placar de 2 a 0. Durante o ano de 1920, o clube se destacou em várias competições, jogando vigorosamente contra times de Natal, Assú, Macau, Areia Branca, além de enfrentar equipes de Sousa, na Paraíba, e de cidades cearenses como Limoeiro do Norte e Aracati. Essa disposição para enfrentar adversários além das fronteiras locais consolidou o Humaytá como um clube respeitado e admirado.
A tradição de rivalidades do clube também teve um papel central na construção do futebol mossoroense. No Campeonato Citadino de Mossoró, o Humaytá enfrentou intensas disputas com equipes locais como o Centro Sportivo Mossoroense, o Palmeiras Futebol Clube e, especialmente, o Ipiranga Esporte Clube. Essa última rivalidade foi a primeira grande disputa do futebol de Mossoró e fomentou o crescimento do esporte na cidade, aumentando o envolvimento dos torcedores e a competitividade das partidas.
Ao longo de sua trajetória, o Humaytá Futebol Clube conquistou diversos títulos, sendo campeão do Campeonato Mossoroense de Futebol nos anos de 1934, 1940, 1941 e 1979. Essas vitórias ficaram gravadas na memória dos torcedores e contribuíram para a história do clube, que se destacou não apenas pelos títulos, mas pela forma determinada e apaixonada com que disputava cada partida.
Humaytá e o bando de Lampião
A tranquilidade da noite de 12 de junho de 1927 em Mossoró foi interrompida pelo temor da aproximação de Lampião e seu bando, mesmo após o aguardado jogo de futebol entre Ipiranga e Humaytá ter ocorrido sem maiores incidentes. Naquele momento, a cidade parecia mais preocupada com as festividades do que com uma possível invasão, mas o clima festivo logo se transformou em apreensão. O jornalista Lauro da Escóssia, em seu livro Memórias de um Jornalista de Província, descreveu o cenário de inquietação que se instaurou e as tentativas dos organizadores de manter a calma.
No dia seguinte, 13 de junho de 1927, Mossoró enfrentou um episódio que se tornaria histórico: a resistência ao ataque do famoso cangaceiro Lampião e seu bando. Sob a liderança do prefeito Rodolfo Fernandes, a população mossoroense se armou como pôde, montou barricadas nas principais ruas e se preparou para a defesa da cidade. Com coragem e determinação, os mossoroenses conseguiram repelir os cangaceiros, que foram obrigados a recuar, transformando o embate em um símbolo de resistência e união para a cidade.
A noite anterior ao ataque, marcada por uma celebração organizada pelo Humaytá Futebol Clube, começou com glamour e animação. No entanto, a notícia de que Lampião já havia atacado a vila vizinha de São Sebastião (atual município de Governador Dix-Sept Rosado) trouxe uma onda de pânico à festa. Aos poucos, o clima elegante e alegre foi substituído pela urgência da situação, e o som do apito dos trens, que transportavam famílias em fuga, ecoava pela cidade, simbolizando o desespero e a busca por segurança.
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